Gizelly Bicalho comenta sobre condenação de Felipe Prior por crime de estupro: “A menina teve a vida dela destruída pra sempre”

Advogada Gizelly Bicalho, usando camiseta branco e terno laranja. Na direita, Felipe Prior, usando camiseta cinza e shot preto.

No último domingo (16), o Fantástico exibiu com exclusividade uma entrevista com a mulher que acusou o ex-BBB Felipe Prior de estupro. O arquiteto foi condenado, no dia 8 de julho, a seis anos de prisão pelo crime e poderá recorrer em liberdade.

Na noite desta segunda-feira (17), Gizelly Bicalho, que esteve confinada com Prior durante participação no BBB 20, entrevistou o perito criminal Ricardo Salada no podcast Pod Dar Prado. Eles conversaram sobre os recorrentes crimes de agressões sexuais cometidos contra mulheres no Brasil e a advogada não hesitou em comentar sobre o caso envolvendo seu ex-colega de confinamento.

Nós somos as que mais sofremos nesses casos de crime sexual. Eu tenho certeza que é uma dor pro resto da vida. E ontem não sei se você assistiu ao Fantástico, mas não posso me calar diante disso. O rapaz que fez o Big Brother comigo foi condenado a seis anos pelo crime de estupro. O fato aconteceu em 2014, tava tranmitando há mais de três anos o processo e ele só foi condenado agora“, lembrou Gizelly.

Ela continuou: “E ele saiu como amado, idolatrado, teve acesso a todos os lugares. O Brasil inteiro sabia de tudo que estava acontecendo. As pessoas vendaram os olhos, até o Datena filmou a casa dele na época. Quando eu saí do programa, falaram ‘nunca toca no nome desse cara, porque tá acontecendo isso, isso e isso’. E assim eu fiz. E nunca toquei, nunca dei confiança, nunca estive nos mesmos lugares, porque eu descobri o que tava acontecendo. E essa pessoa ficou aí frequentando os melhores lugares, todo mundo seguindo, achando ele super legal”.

Gizelly ainda deu detalhes sobre o crime cometido por Prior, baseando-se no relato da própria vítima. Ela destacou o privilégio do arquiteto em conseguir recorrer em liberdade mediante à comprovação do estupro. “Ele vai recorrer em liberdade porque ele se encontra em liberdade. E não adianta brigar com juíz, com promotor, porque está na lei, tá no nosso processo legal. E como é uma pessoa que tem dinheiro, ele consegue ir pro STJ, ele consegue ir pro STF. Quando é um pobre cometendo isso, ele não tem dinheiro pra pagar advogados bons que consigam entrar com esses recursos. Porque as pessoas acham que entrar com recurso em tribunais superiores é fácil, mas é muito difícil recurso ser aceito lá em cima. Quanto mais dinheiro você tem, um advogado mais preparado, mais estudado, você consegue. Infelizmente, essa menina vai conviver um tempo ainda com essa punição e a liberdade do autor do crime dela. A menina teve a vida dela destruída pra sempre”, afirmou a advogada.

Na manhã desta terça-feira (18), o G1 divulgou com exclusividade prints de mensagens enviadas à advogada criminalista Maira Pinheiro, que atua na defesa da vítima de Prior. Nas mensagens, fãs do ex-BBB chamam a advogada de “vagabunda”, “mentirosa” e “nojenta” e fazem ameaças contra a criminalista.

Não acredito que inventaram isso tudo por birra de reality show, vergonhoso! Você deveria ter sua OAB caçada. Isso não se for falsa, porque tu é uma advogada de porta de cadeia que nem de graça eu queria os seus serviços […] Graças a Deus a justiça de Deus está sendo feita e um inocente não irá pra cadeia, lugar de onde criminosos como você nunca deveriam ter saído”, escreveu um internauta. “Você vai pagar pelas falsas acusações. Vagabunda. Não existe vítima, apenas um inocente, Felipe Antoniazzi Prior”, disse outra pessoa.

Reprodução: G1.
Reprodução: G1.
Prints de mensagens enviadas por fãs de Felipe Prior à advogada criminalista que defende uma das vítimas do arquiteto.
Reprodução: G1.

Maira revelou ainda que, numa madrugada de julho de 2021, recebeu mais de 20 ligações telefônicas de um número anônimos. Ela decidiu atender porque não aguentava mais a perturbação. A advogada contou que uma voz masculina, em tom de ameaça, disse que sabia onde todas as vítimas de Prior moravam e que a criminalista estava “perdendo tempo” trabalhando no caso.

Os fãs dele são muito virulentos. Minhas redes sociais chegavam a ter mais de 100 mensagens, todas de ataque, de ódio, me xingando com palavras machistas, me atacando no exercício da profissão. A minha imagem foi muito explorada. Mas isso faz parte do jogo né? A gente não tem medo de fanático”, declarou Maíra.

Além da vítima que forneceu entrevista ao Fantástico, outras três mulheres denunciaram o arquiteto por estupro. Elas receberam pseudônimos de divindades femininas a fim de preservar suas identidades ao longo do processo: Freya, Ísis e Diana.