Netflix divulga trailer da série documental “O Assassinato de Yara Gambirasio”
A Netflix divulgou, nesta sexta-feira (5), o trailer oficial de “O Assassinato de Yara Gambirasio“, série documental que analisa o desaparecimento de uma adolescente italiana e destaca a investigação perturbadora que abalou a pequena cidade onde ela morava.
A produção, que estreia dia 16 de julho na plataforma de streaming, irá revelar todos os eventos chocantes em torno do caso, apresentando imagens inéditas e detalhes sem precendentes sobre a história que abalou toda a Itália.
A série documental incluirá ainda depoimentos inéditos de Massimo Bossetti, o homem que foi condenado e está preso acusado pelo crime.
Assista ao trailer:
Em 2021, a Netflix lançou um filme ficcional baseado neste mesmo caso. Intitulado de “Yara“, o longa-metragem foi dirigido por Marco Tullio Giordana.
O caso real
No dia 26 de novembro de 2010, Yara Gambirasio foi até um ginásio esportivo próximo de casa onde costumava ter aulas de ginástica. Seus pais sabiam que seu compromisso no local seria rápido e estranharam quando horas se passaram e a filha ainda não tinha retornado para casa. Eles imediatamente comunicaram às autoridades, que iniciaram as buscas pela menina, já dada como desaparecida.
Somente três meses depois, no dia 26 de fevereiro de 2011, o corpo de Yara foi encontrado por um homem que pilotava um avião controlado por rádio. Os pertences de Yara também foram encontrados na cena do crime e Letizia Ruggeri, a promotora que estava à frente das investigações, reconheceu a jaqueta que a vítima usava no dia em que sumiu, o que facilitou o processo de identificação do corpo que já estava em decomposição. O corpo foi levado para autópsia e a patologista descobriu vestígios de pó residual, que normalmente é usado em construção civil, o que poderia indicar que o assassino trabalhava nesse ramo.
O DNA do suspeito, por sua vez, também foi encontrado nas roupas de Yara. Um cruzamento de dados não permitiu a identificação de nenhum criminoso com antecedentes, o que culminou numa força-tarefa de exames de DNA em que mais de 22 mil pessoas tiveram suas amostras genéticas coletadas, incluindo pessoas que frequentavam uma boate chamada Sabbie Mobili, que ficava aos arredores do local onde o corpo de Yara havia sido encontrado. A casa de festas possuía o registro de todas as pessoas que frequentavam o espaço, o que facilitou o processo da polícia.
Uma das amostras coletadas foi a de Damiano Guerinoni, cujo DNA era muito semelhante ao do assassino. No entanto, ele foi rapidamente excluído como suspeito, já que estava em viagem na América do Sul no dia em que Yara desapareceu. Apesar disso, os geneticistas não descartaram as evidências e estavam convencidos de que o homem era, pelo menos, um parente próximo do assassino.
Foi durante a montagem de uma árvore genealógica do indivíduo que os investigadores encontraram um tio de Damiano, Giuseppe Guerinoni, que havia falecido em 1999. A viúva deste homem, Laura Poli, encontrou selos de carta que seu ex-marido havia lambido, o que permitiu que seu DNA fosse comparado ao do assassino. Após os resultados do exame chegarem, os geneticistas foram surpreendidos e ficaram convictos de que Giuseppe era o pai do assassino.
Giuseppe e Laura tiveram três filhos, mas o DNA de nenhum deles combinou perfeitamente com o do criminoso. Eles, então, foram descartados como suspeitos. Dessa forma, a única explicação razoável era que Giuseppe havia tido outro filho fora do casamento. Com respaldo nessa teoria, as investigações agora se encaminharam para encontrar a mãe do suspeito.
Após quase quatro anos de investigação, os investigadores descobriram que a amante de Giuseppe se chamava Ester Arzuffi, que havia dado luz a um casal de gêmeos em 1970. O menino se chamava Massimo Bosseti, que no ano em que Yara desapareceu, tinha 42 anos e trabalhava como construtor, o que batia com a teoria de que o criminoso trabalhava com construção civil devido aos vestígios de pó residual que foram encontrados nas roupas de Yara.
Para coletar o DNA de Massimo, os investigadores montaram uma blitz falsa e conseguiram realizar um teste de bafômetro. O resultado do exame mostrou uma correspondência exata com o DNA do suspeito e, no dia 16 de junho de 2014, o assassino de Yara havia sido finalmente encontrado. Desde o momento em que foi preso até os dias de hoje, Massimo declara ser inocente e afirma que não sabe como seu DNA foi parar nas roupas da vítima. Apesar disso, ele foi considerado culpado e condenado à prisão perpétua.