A cena clássica de “Kramer vs Kramer” que foi escrita por Meryl Streep
Recentemente, indicamos para os leitores do Portal um dos clássicos de drama do final da década de 70: “Kramer vs Kramer“, vencedor de 5 Oscars, incluindo a estatueta de Melhor Filme. Agora, relembramos uma curiosidade a respeito do filme, mais precisamente sobre Meryl Streep, que interpreta Joanna no filme protagonizado por Dustin Hoffman.
Como já destacamos anteriormente, “Kramer vs Kramer” parte do momento em que Joanna decide abandonar o marido e o filho para tentar ressignificar sua vida. Meses depois, ela retorna pedindo a guarda da criança, o que é prontamente rejeitado pelo pai, que construiu uma conexão especial com o filho após a partida da esposa. Agora, como o título do filme sugere, o casal se enfrenta na justiça pela custódia do pequeno Billy.
Acontece que, nas primeiras versões do roteiro do filme, a personagem Joanna era apresentada como uma mulher distante que “abandona” a família em busca de diversão. Streep, no entanto, lutou pela história de sua personagem na tentativa de distanciá-la desse estigma de “vilã” e buscando humanizá-la.
Para isso, Streep escreveu parte do roteiro da famosa cena do tribunal, em que Joanna discursa sobre por que ela está reivindicando a custódia do filho. Em uma entrevista no início deste ano, a atriz revelou como todo esse processo aconteceu.
“Benton, o diretor, nos perguntou no set: ‘Por que ela foi embora, por que ela abandonou o marido?’. Dustin [ator protagonista] disse: ‘Bom, eu sei o porquê’. Eu fiquei surpresa, então nós começamos a discutir a respeito disso entre nós. Benton falou que precisava de um discurso para a minha personagem na cena do tribunal, então eu, ele e o Dustin fomos para os nossos camarins e escrevemos versões diferentes do discurso. Depois, juntamos os três e votamos em qual era melhor. Eu ganhei”, revelou Streep.
A cena, que se tornou um clássico do cinema, é digna de todos os elogios que atravessam décadas. No trecho, Joanna salienta que assumiu o papel de mãe durante anos, enquanto o pai da criança foi forçado a honrar o título de pai há apenas alguns meses. Ela destaca ainda que precisou se reencontrar como indivíduo para poder oferecer o melhor para o filho como mãe.
“Porque ele é meu filho. E porque eu o amo. Sei que deixei meu filho, sei que foi uma coisa terrível que fiz. Acredite, eu tenho viver com isso cada dia da minha vida. Mas, para poder deixá-lo, eu precisei acreditar que era minha única opção. E que era o melhor para ele. Eu não conseguia funcionar naquela casa, e eu não sabia qual era a alternativa, então achei melhor não levá-lo comigo”, diz Joanna na comovente cena.
A personagem continua: “No entanto, desde então, tenho trabalhado muito para me tornar um ser humano íntegro. E acho que não devo ser punida por isso. E eu não acha que meu filhinho deva ser punido. Billy só tem sete anos. Ele precisa de mim. Não que ele não precise do pai, mas acho, realmente, que ele precisa mais de mim. Fui mãe dele durante cinco anos e meio. E Ted assumiu esse papel há apenas 18 meses. Mas como alguém pode pensar que tenho menos capacidade de ser mãe desse garotinho do que o Sr. Kramer? Eu sou a mãe dele. Sou a mãe dele”.
Assista à cena: