O caso real que inspirou o filme “Maníaco do Parque”

Imagem do trailer de Maníaco do Parque.

O primeiro trailer oficial de “Maníaco do Parque“, novo thriller da Prime Video, foi divulgado nesta segunda-feira (29). O filme é inspirado em um dos casos reais mais chocantes do Brasil e conta a história de um serial killer acusado de matar 10 delas em um parque no sudeste do país.

Em 1998, uma série de assassinatos assolou a cidade de São Paulo. Os corpos de quatro mulheres foram encontrados no início de julho na mata do Parque do Estado em São Paulo. As vítimas estavam sem roupas e com marcas de violência sexual, o que indicava que todas elas poderiam ser vítimas do mesmo assassino.

Quando as investigações a respeito dos assassinatos começaram, a polícia apontou que outras duas mulheres, que haviam sido assassinadas em janeiro e maio daquele ano, também tinham sido mortas pela mesma pessoa, naquele ponto já reconhecido como um maníaco sexual. No final de julho, outras duas mulheres foram encontradas no mesmo local, supostamente vítimas do mesmo autor dos outros crimes que já estavam sendo investigados.

A história começou a repercutir na imprensa, estampando a capa de jornais e sendo o principal assunto discutido na televisão. O assassino, ainda não identificado, ficou rapidamente conhecido como o “Maníaco do Parque”. A repercussão dos casos fez com que outras mulheres que sobreviveram aos ataques deste criminoso procurassem a polícia e dessem detalhes de como o homem abordava suas vítimas.

Segundo os relatos das sobreviventes, o maníaco agia de forma muito semelhante com todas elas. Ele procurava mulheres em locais públicos, como supermercados, estações de metrô e pontos de ônibus, e se apresentava como um “caça-talentos” bem sucedido. Ele afirmava que precisava de fotos para um catálogo de uma indústria de cosméticos e sugeria que a mata era uma boa locação para a sessão, discurso que parecia convincente para as vítimas, que eram levadas para o Parque do Estado.

As vítimas do maníaco se mostraram dispostas a colaborarem com a confecção de um retrato falado. A divulgação desse retrato começou a ser feita já nos primeiros dias de agosto, com milhares de folhetos espalhados por todo o estado, além da exposição da imagem em diversos outros meios de comunicação, como o programa Cidade Alerta.

Retrato falado e a verdadeira
identidade de Francisco de Asssis Pereira.

As duas sobreviventes que procuraram as autoridades foram essenciais para a identificação do assassino. Isso porque em fevereiro daquele ano, o maníaco havia tentado passar dois cheques no nome de uma de suas vítimas. Na época, Isadora Fraenkel foi dada como desaparecida e o homem chamado Francisco de Assis Pereira, o responsável pela tentativa de passar os cheques, foi considerado suspeito.

Por essa razão, como o Departamento de Pessoas Desaparecidas já tinha um cadastro com todas as informações de Francisco, uma foto dele foi mostrada para as sobreviventes que procuraram a polícia e elas instantaneamente confirmaram que ele era o homem que as havia assediado. A mídia brasileira, então, passou a divulgar a identidade do Maníaco do Parque, que naquele momento era considerado o homem mais procurado do país.

No dia 4 de agosto de 1998, um pescador que havia abrigado Francisco o reconheceu como o foragido da polícia e o denunciou às autoridades. Ele foi preso e, nos anos seguintes, passou por quatro julgamentos, sendo no total condenado a 268 anos de prisão. No entanto, como a legislação brasileira não permite que o detento fique mais de 30 anos privado de liberdade, Francisco deve ser posto em liberdade em 2028.